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Sábado, 10 de Maio de 2025
POR: Equipe Valle
Mãe e filha com fibromialgia contam luta contra dores constantes e relatam preconceito em relação à síndrome: ‘Acham que é preguiça’
Saúde
Rosa Ribeiro dos Santos, de 59 anos, e a filha, Maria Ribeiro dos Santos, de 33 anos, relatam limitações. No Dia Nacional de Conscientização à Fibromialgia, médico explica que estresse pode ser um gatilho para potencializar dores.
 
Há 19 anos, a doméstica Rosa Ribeiro dos Santos, de 59 anos, sabe que as dores que sente no corpo têm nome: fibromialgia. Entretanto, ela conta que sente as dores desde os 18 anos de idade. Rosa, porém, não é a única que sofre com a síndrome em casa. Sua filha, Maria Ribeiro dos Santos, de 33 anos, também tem fibromialgia e foi diagnosticada em 2020. Além das dores, Rosa relatou que a síndrome carrega muito preconceito.
 
“Quando foi descoberto esse diagnóstico, a médica falou para mim: ‘Dona Rosa, eu tenho dó da senhora porque as pessoas não acreditam que isso é uma doença’. A pessoa que tem fibromialgia sofre muita discriminação e as pessoas acham que é preguiça”, contou.
 
O Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia é celebrado nesta segunda-feira (12). O médico reumatologista Rafael Navarrete explicou a que fibromialgia é uma síndrome de dor generalizada e que ocorre em pacientes com predisposição genética.
 

 

Limitações e dores

 

Atualmente, Rosa está desempregada, mas trabalhou como doméstica e sempre avisava para os empregadores sobre suas condições. Ela relata que nunca foi demitida por conta disso, mas ressalta que, ao ver que não daria conta de um trabalho, ela mesma pedia para sair.

 

“Quando eu estou trabalhando, eu já falo: ‘Eu trabalho, mas eu não sou rápida’. Eu procuro fazer meu serviço direitinho, mas não tenho aquela rapidez que muita gente tem. Então, quem me contrata já sabe que eu tenho uma certa limitação”, pontuou.

 

Quanto às dores, Rosa descreve como “infernal”, um formigamento e chega a abalar os dentes. Maria Ribeiro, filha de Rosa, descreve as dores como agulhas e que causam muito cansaço.

 

“Se em dia eu limpo minha casa, no outro eu já fico muito dolorida. Se eu saio da minha rotina, como ir ao médico ou sair de casa, eu já fico fadigada. Tenho que seguir uma rotina e me programar psicologicamente para sair, causa em mim muita fadiga também”, relatou. 

De mãe para filha

 

Maria contou que a mãe já ter o diagnóstico facilitou para que descobrisse a síndrome aos 28 anos, após sentir muito mal-estar e fazer uma bateria de exames. "Como minha mãe já tinha, fomos a uma reumatologista que deu o diagnóstico”, relembrou.

 

Maria é também mãe e tem três filhas, de 12 anos, de 8 e sua filha mais nova está com cinco meses. Ela contou que as dores atrapalham no cuidado de sua bebê por conta dos movimentos repetitivos e do peso de sua filha.

 

Ela disse que as dores diminuem quando está com uma alimentação equilibrada, sem refrigerantes ou pães. “No começo, tomei alguns remédios que são antidepressivos, porém eles deixam a pessoa sem ânimo e causam um ganho de peso grande”, relatou.

 

Maria afirma que atualmente não faz atividades físicas, mas desacelera e faz alongamentos quando está com muitas dores. “Não tem muito o que fazer, no momento tenho uma bebê que depende exclusivamente de mim”, explicou.

 

Entenda a fibromialgia

 

Rafael Navarrete detalha que a fibromialgia é uma doença multifatorial, com fatores ambientais, psicológicos e neurofisiológicos, além de uma predisposição genética.

 

“Quando o paciente tem fibromialgia, seus parentes de primeiro grau têm oito vezes mais chances de desenvolver fibromialgia”, afirmou.

 

Quanto à relação da síndrome com a situação psicológica do paciente, o especialista contou que o estresse é um gatilho que pode causar e potencializar as dores de quem tem fibromialgia. Em relação ao tratamento, ele esclarece que os medicamentos atuam para reduzir as dores, mas que o tratamento mai.

 

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