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Segunda-Feira, 03 de Fevereiro de 2025
POR: Equipe Valle
Servidores usavam certificados falsos para conseguir gratificações nos salários em prefeituras de todo o país, diz Ministério Público
MINISTÉRIO PUBLICO
Segundo apurado pelo Fantástico, em Perolândia, quem apresenta um diploma de ao menos 180 horas de duração pode ter um aumento. O problema é que, segundo o MP, os certificados eram de cursos que nunca existiram.
 
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) está investigando um caso de venda de diplomas falsos que resultou na prisão de quatro pessoas em Minas Gerais. À TV Anhanguera, a promotora Gabriella de Queiroz Clementino explicou que, segundo a apuração feita pelo órgão, esses diplomas eram usados por servidores públicos para conseguir gratificações e aumentar a remuneração.
 
“O que já foi possível aferir é que a maioria do uso se dá para fins de obtenção de gratificações de servidores públicos efetivos em municípios em estados de todo o país”, explicou a promotora.
O caso começou a ser investigados após 67 dos 114 funcionários do município de Perolândia apresentarem certificados de cursos online, segundo apurado pelo Fantástico. Isso, porque na cidade, quem apresenta um diploma de ao menos 180 horas de duração pode ter um aumento. Em cursos de mais de mil horas esse aumento pode chegar a 30%, conforme as informações divulgadas.
 
Isso gerou desconfiança de duas servidoras, que conversaram com o Fantástico, mas pediram para não serem identificadas. O problema dessa prática, segundo o MP, é que os diplomas apresentados eram de cursos que, na prática, nunca existiram.
 
“Sob o subterfúgio de na verdade estarem oferecendo cursos, na verdade essas pessoas [investigadas] apenas vendiam um documento cujo conteúdo certificava a realização de um curso que nunca existiu", completou a promotora.
 
Ao Fantástico, a prefeita de Perolândia, Grete Balz, disse que vai suspender o pagamento das gratificações. Já a defesa dos presos disse que as escolas não cometeram nenhum crime e responsabilizou os estudantes e as entidades que valorizam esses cursos para além do que representam. O g1 entrou em contato com o advogado que representa os presos para um posicionamento atualizado sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
 
MP investiga venda de diplomas falsos — Foto: Reprodução/Fantástico
 

Venda de diplomas falsos

 

De acordo com o Fantástico, investigação do Ministério Público de Goiás mostrou que duas instituições de ensino ofereciam cursos online que emitiam certificados de centenas de horas de aulas, mas que podiam ser cumpridos em poucos minutos.