
O corpo de Rafael Tales Gonzaga Carvalho de 23 anos, morto no dia 08/06/2020 dentro da Unidade Prisional de Itapaci ainda permanece no IML de Ceres/GO pendente de exame pericial para atestar a causa morte. O IML alegou que não irá fazer a necrópsia no corpo de Rafael Tales, procedimento que poderá esclarecer se o jovem foi morto possivelmente por envenenamento, espancamento e ourotros.
O Poder Judiciário, especificamente a comarca de Itapaci/GO, presidida pelo juiz titular Eduardo de Agostinho Ricco negou os pedidos da defesa da vítima, sob alegação de que o Laudo Genérico (sem a realização de necrópsia) emitido pelo IML é suficiente para atestar a causa da morte. A defesa entende que não cabe ao magistrado mensurar a necessidade ou não da prova que se quer produzir, sendo a mesma imprescindível para se chegar a causa da morte e, negada a sua produção por meio da perícia se nega a família o direito da verdade sobre o falecimento de seu ente, diz a defesa.
A defesa destaca-se que o Ministério Público concordou com todos os pedidos da defesa, manifestando por seu total deferimento.
Rafael Tales não recebia visitas há mais de 3 meses por imposição da Unidade Prisional.
Sabe-se que em dezembro de 2019 Rafael Tales juntamente com mais 32 detentos assinaram uma carta de denúncia contra a Unidade Prisional de Itapaci, que para a família possivelmente teria sido motivo suficiente para Rafael ter sido vítima de um possivel crime enquanto estava sob a tutela do Estado.
A defesa disse ainda que a vítima estava preso a mais de 7 meses, aguardando uma audiência de instrução e julgamento, portanto, o Estado sequer pôde comprovar sua culpa ou inocência, fazendo-o vítima de um sistema prisional decadente e de uma justiça cheia de falha que, além de não prestar o direito jurisdicional eficiente, ainda nega a família o direito de punir os possiveis responsáveis pela vida de seu ente querido.