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Sexta-Feira, 17 de Agosto de 2018
POR: Equipe Valle
Entidade pede investigação em presídio de Anápolis após denúncias de torturas e agressões contra internos
Denúncia

Pastoral Carcerária Nacional pediu para que órgãos de Goiás apurassem denúncias de torturas, agressões e falta de atendimentos médicos no presídio de Anápolis, a 55 km de Goiânia. A Direção-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) diz que monitora constantemente as unidades para evitar qualquer desvio.

 

As denúncias foram recebidas de forma anônima no dia 13 de agosto. “O denunciante relata que há torturas, agressões físicas e psicológicas”, consta em um ofício enviado ao Ministério Público, Tribunal de Justiça e Defensoria Pública.

 

Quem fez a denúncia listou uma série de problemas enfrentados pelos internos. “Os presos são machucados e possuem dedos quebrados. O denunciante relata que os presos são conduzidos para celas de isolamento de maneira que lá são agredidos com tiros e bombas”.

 

No documento consta ainda que falta assistência médica aos internos. “Os detentos estão com problemas bucais, como infecções e com buracos no dentes, devido à falta desse atendimento, fazendo com que seus quadros clínicos sejam agravados”.

 

Por fim, a denúncia relata que a entrega de alimentos feita pelos familiares não é permitida na unidade, com a exceção de bolachas de água e sal entregues nos dias das visitas. Além disso, a alimentação estaria sendo servida com larvas.

 

Diante dos relatos, a Pastoral Carcerária Nacional pede para que os órgãos façam uma vistoria de forma urgente na unidade, colhendo depoimentos de forma reservada com os detentos. A entidade pede ainda que as informações sejam encaminhadas para fins de registro, análise e providências cabíveis.

 

A Defensoria Pública informou que ainda não recebeu ofício da Pastoral Carcerária e, portanto, não tem conhecimento do teor das denúncias. Como padrão, para todas as denúncias recebidas pelo Núcleo de Direitos Humanos são instaurados procedimentos para sua apuração.

 

Já o Ministério Público explicou por telefone que ainda não recebeu o ofício da pastoral, mas as denúncias relatadas já estão sendo apuradas na 25ª Promotoria de Goiânia.

 

G1 entrou em contato por email às 11h50 com Tribunal de Justiça, mas não obteve resposta até a publicação dessa reportagem.

 

A assessoria de imprensa da DGAP informou que vai verificar se já recebeu alguma comunicação ou denúncia de agressões e torturas na unidade citada. Porém, disse que além disso, “existe o acompanhamento corrente: além direção da unidade, existe uma direção regional, uma gerência e uma superintendência de Segurança, além da ouvidoria e corregedoria”.