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Quinta-Feira, 12 de Julho de 2018
POR: Equipe Valle
Após pedido do MP, Polícia Civil de Ceres investiga caso de Diretor da Unidade Prisional que fez três disparos de espingarda calibre 12 com balas de borracha contra detento
Policia

A família de um reeducando da Unidade Prisional de Ceres solicitou do representante do Ministério Público, Senhor Florisvaldo Vaz Santana que fosse apurado um acontecimento ocorrido nas dependências da Unidade Prisional da cidade de Ceres, onde o Diretor da Unidade, Guilherme Soares Vieira, teria feito três disparos de espingarda calibre 12 com balas de borracha contra o reeducando.

 

A família requisitou também que seja resguardado o direito do reeducando para que seja realizado o exame de corpo e delito de imagem e que seja solicitado as imagens de vídeo da câmera de Segurança da Unidade Prisional do dia 03/07/2018 das 11h às 16h, para dar mais transparência e que seja melhor esclarecidos todos os fatos ocorridos dentro da Unidade Prisional.

 

Logo após a solicitação da família, o Ministério Público do Estado do Goiás (MP-GO) determinou a instauração de inquérito policial para apurar as responsabilidades pelo incidente acontecido dentro da Unidade Prisional de Ceres.

 

A Polícia Civil de Ceres já esta investigando o caso para apurar as circunstâncias dos disparos com balas de borracha praticadas pelo diretor da Unidade Prisional de Ceres Guilherme Soares contra o detento.

 

O incidente ocorreu na tarde do dia 03/07/2018. Segundo informações houve um desentendimento no momento em que os reeducandos estariam retornando às suas celas depois de um banho de sol, quando o diretor da Unidade Prisional Guilherme Soares Vieira, deu uma ordem ao reeducando e essa ordem teria ocorrido de forma desrespeitosa e agressiva, gerando assim uma recusa do mesmo.

 

Logo em seguida o diretor da unidade alvejou o reeducando com três disparos de espingarda calibre 12, com balas de borracha, ferindo-o com dois disparos na coxa direita e um no antebraço direito. Após os disparos, temendo ser morto pelo o diretor, o reeducando agiu de forma de defesa e tomou a arma utilizada por Guilherme, mas logo em seguida devolveu a arma para o mesmo.

 

Uma das balas atingiu alguns centímetros da virilha do reeducado. Segundo um médico amigo da família, a bala de borra atirada pelo diretor com a espingarda calibre 12 atingisse a virilha, o reeducando teria morrido no local. 

 

Balas de borracha matam uma vítima a cada 37
 

Uma vítima a cada 37 de bala de borracha disparada por uma arma específica para esta munição morre por causa dos ferimentos, segundo pesquisadores americanos, que pedem às forças de seguranças que limitem o uso desse tipo de armamento.

 

O estudo, publicado pela revista médica britânica BMJ Open, analisa 26 artigos que reportam 1.984 casos de feridos, "a maioria jovens adultos" e homens, entre 1990 e 2007 (manifestações, distúrbios, eventos esportivos, motins, prisões, entre outros). Exclui aqueles que foram atingidos levemente e que não precisaram de assistência médica. 

 

Deste grupo, 53 pessoas (3%) "morreram em decorrência dos ferimentos". A maior parte delas apresentava feridas abertas (56%) e quase um quarto delas (23%), contusões. 

 

Entre os feridos, 71% eram graves, a maior parte "na epiderme ou nas extremidades" (mãos e pés). Em quase um a cada seis (15,5%) o impacto provocou alguma incapacidade permanente, a maioria das vezes na cabeça ou no pescoço (principalmente, perdendo um olho) ou no tórax. 

 

Os casos procediam de lugares muito variados: Israel e os territórios palestinos, Reino Unido, Estados Unidos, Turquia, Índia, Nepal e Suíça. 

 

Os fabricantes vendem essas balas como meios dissuasórios, planejados para causar dores e ferimentos leves, sempre e quando uma certa distância for respeitada.

 

No entanto, para os investigadores, estas não parecem ser "um meio [...] adaptado para operações de controle de multidões". "Este tipo de bala, em particular, deveria ser objeto de restrições [...] É necessário estabelecer diretrizes internacionais de maneira urgente [...] para impedir feridas, casos de incapacidades e mortes inúteis".