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Sexta-Feira, 25 de Maio de 2018
POR: Equipe Valle
Cela em que pegou fogo tinha 11 adolescentes e capacidade era para 5, diz presidente de Conselho
Policia

A cela em que nove internos morreram em um incêndio, no final da manhã desta segunda-feira, 25, tinha o dobro da capacidade para lotação. A denúncia foi feita pelo Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, Eduardo Mota. Ele esteve nesta tarde no Centro de Internação Provisória (CIP), que comporta 54 pessoas, mas estava com 80 menores em conflito com a lei.

 

“Essa cela, que deveria ter de quatro a cinco adolescentes, estava com 11. A sorte de um deles é que não estava na cela no momento,” disse Eduardo Mota. Ativista há 20 anos, ele estava com os familiares, e contou que foi expulso do 7º Batalhão da Polícia Militar, onde funciona o CIP, porque funcionários e autoridades se incomodaram com a presença dele.

 

Quanto ao motivo para que o início das chamas tenham começado, Eduardo não soube ao certo o que pode ter acontecido. Para ele, é preciso apurar se o fogo foi provocado, ou se pelos próprios adolescentes.

 

Sobre as condições do local, Mota diz que o objetivo de ressocialização ainda é cumprido somente porque os funcionários que trabalham no local lutam diariamente, porque, segundo ele, com a falta de estrutura, o local é insustentável. “Esse é um centro que os adolescentes ficam por 40 dias até que sejam sentenciados e colocados em outra estrutura, mas aqui há muitos que já receberam sentenças, e permanecem neste centro, porque o Estado não oferece um lugar.”

 

ENTENDA
Um incêndio registrado no Centro de Internação Provisória (CIP), no 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, terminou com nove mortos, no início da tarde desta sexta-feira (25). O fogo teria sido iniciado dentro de uma cela, em um princípio de confronto entre os próprios internos. Um dos adolescentes ficou gravemente ferido, e outros, com outros tipos de ferimentos, foram levados para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol).