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Domingo, 20 de Maio de 2018
POR: Equipe Valle
Ex-presidente da Síria que se refugiou e foi executado a tiros em Ceres-GO onde foi enterrado
Policia
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 MOHAMED ADIB CHICHAKLI(GENERAL), de Hama, Síria, 16.01.1910. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.

Como Militar, chegou ao posto de Ministro da Guerra. Através de um golpe militar, em 1950, quando tinha 40 anos de idade, chegou à PRESIDÊNCIA DA SÍRIA.

Em 1952, mediante eleições gerais, foi confirmado Presidente da Síria. Em virtude de suas reformas políticas, entre as quais, a Reforma Agrária, terminou sendo deposto, em 1954, por um novo golpe militar.

Fugiu para a Arábia Saudita, onde ficou 20 dias. Foi para Paris, onde fez tratamento médico. De 1954 até 1960, viveu entre a França e a Suíça.

Aconselhado por amigos, mudou-se para o Brasil, passando 8(oito) meses no Rio de Janeiro, juntamente com a família. Com o dinheiro que lhe fora dado pelo Presidente da Arábia Saudita, comprou uma fazenda de 1250(um mil, duzentos e cinqüenta) alqueires goianos, em Pequizeiros, antigo norte de Goiás, hoje Tocantins.

Aconselhado pelos seus amigos Sírios, resolveu fixar residência na cidade goiana de CERES, onde se tornou fazendeiro e plantador de Arroz.

Vivia em Ceres, com sua segunda esposa Therese Flav Chichakli e uma filha de nome Amália, além do filho do primeiro casamento, ex-oficial do Exército Sírio, Morfak Chichakli.

No dia 27.09.1964(com 54 anos), na parte da tarde, em Ceres, Goiás, depois de atravessar a ponte sobre o Rio das Almas, que liga Rialma a Ceres, foi baleado com vários tiros. O General Mohamed ainda tentou escapar entrando numa casa, mas foi perseguido pelo ASSASSINO que descarregou 5(cinco) tiros.

Conforme testemunhas, o matador tirou os óculos, chutou o corpo do morto e saiu recarregando o revólver e caminhando pelas margens do Rio das Almas. O enterro do General em Ceres foi simples e acompanhado da população local que o estimava.

O General foi morto por um rapaz de óculos escuros e cicatriz entre os olhos, chamado Nawal Ben Youssef Ghazal, pertencente à religião DRUSI, cujos seguidores tinham sido perseguidos e suas aldeias bombardeadas pelo General quando Presidente da Síria. Este rapaz saíra de Brasília no dia 24 de setembro de 1964, com destino a Ceres e despedira de seus amigos, como se nunca mais fosse voltar. Mas voltou algum tempo depois, já carregando sobre os ombros o ASSASSINATO do General Mohamed.

Conforme a Enciclopédia Britânica, os drusos são inteligentes, respeitosos, mas cruéis e sanguinários. No Brasil, têm sede em Belo Horizonte, mas muitos adeptos em todo o país.

A cicatriz do matador aparecera no tempo em que lutava Box para ganhar a vida. Com o auxílio dos amigos sírios, furou o cerco armado pelos policiais e conseguiu fugir. Foi, no entanto, preso em Teófilo Otoni, Minas Gerais, consoante notícia da Revista O CRUZEIRO, de 24.10.1964.

Nos anos seguintes, Nawal montou um restaurante em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília.


A Síria tinha se libertado da tutela francesa em 1946 e o General Chichakli foi o seu quarto Presidente. O segundo Presidente General Hossni Al-Zahim também foi morto em 1949, o mesmo ocorrendo com o Primeiro-Ministro Monsein Al-Barazi.


Sobre o General Mohamed Adib Chichakli escreveu Nair Leal de Andrade, em seu livro HISTÓRIA E HISTÓRIAS DA CANG(Kelps, 1990).


Apesar de sua importância, não é mencionado no livro MEU PAI, BERNARDO SAYÃO(1965), de Léa Sayão, não é estudado no “DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO”, da Fundação Getúlio Vargas, publicado em 2002 e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.


Mencionado neste Dicionário Brasileiro, por ter vivido muitos anos em Ceres, Goiás, onde também foi morto no dia (29/09) de 1964 e sepultado  no dia seguinte, e quatro dia depois do seu sepultamento uma equipe de medicos legista da ciria chegou em Ceres de avião e fez a esumação do corpo e conduziu o recanbiou o corpo de volta para  Ciria. Não é referido no livro A IMIGRAÇÃO ÁRABE NO BRASIL(São Paulo, Garatuja,1994), de Jorge S. Safady.


É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br


Quanto a NAWAL BEN YOUSSEF GHAZAL, conhecido como RACHID, faleceu por volta de 16.12.2005, sendo seu corpo levado para a Síria, onde foi sepultado como HERÓI NACIONAL, conforme e-mail enviado a este autor.

*Mário Ribeiro Martins


é Procurador de Justiça e Escritor.


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