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Terça-Feira, 17 de Abril de 2018
POR: Equipe Valle
Arquivos de lobista preso pela Lava Jato aponta supostos repasses a Alexandre Baldy, diz jornal
Policia

Arquivos encontrados no celular do empresário Milton Lyra, preso preventivamente durante a Operação Rizoma na semana passada, apontaram supostos pagamentos ao ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP). As informações foram reveladas pelo jornal GLOBO.

 

Lyra é apontado pela Polícia Federal (PF) como lobista do MDB em um esquema bilionário de fraudes com recursos de fundos de pensão Postalis, dos Correios, e no Serpros.

 

Nos arquivos apreendidos existem referências enigmáticas que ainda estão sendo investigadas pelos agentes. No entanto, o nome ‘Baldy’ aparece explicitamente em um e-mail de março de 2013. “Baldy. Conta corrente 6x 450”, a mensagem sugere que foram realizados seis repasses ao político que, na época, ocupava a secretária de Indústria e Comércio do governo de Goiás.

 

Em outra pasta do celular de Lyra, os investigadores encontraram uma fotografia onde o político goiano aparece na adega da casa do lobista em janeiro de 2015, quando Baldy assumiu a cadeira de deputado federal em Brasília.

 

O ministro de Temer foi procurado pelos jornalistas do GLOBO e confirmou que mantinha uma “boa relação” com o empresário preso pela Lava Jato, mas negou ter recebido qualquer quantia de Milton Lyra. “Se (o dinheiro) foi pra mim, eu vou te falar que não chegou. Podia até ligar pra ele reclamando. Infelizmente ou felizmente, não chegou”, disse o ministro ao jornal carioca.

 

Toda a documentação encontrada está sendo analisada pelos investigadores da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República. O material, que também cita outros políticos e siglas partidárias, indica a grandiosidade de uma possível delação premiada do lobista.

 

O esquema de desvio de verbas de fundos de pensão desbaratado pela Polícia Federal, e que motivou a Operação Rizoma, contou com lobistas do PT e do MDB e gerou pelo menos R$ 20 milhões em propinas, segundo a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.