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Sábado, 20 de Janeiro de 2018
POR: Equipe Valle
Radialista morto a tiros em Edealina estava sendo ameaçado há mais de um ano, diz amigo
Policia

O radialista Jefferson Pureza Lopes, 39 anos, morto a tiros, era ameaçado de morte por ligações anônimas, segundo o agropecuarista Márcio Carlos de Souza, 36 anos, amigo da vítima. Crime ocorreu na quarta-feira (17), em Edealina, na região sul de Goiás.

 

De acordo com a Polícia Civil, o homem conduzia um programa de rádio polêmico no município, mas ainda não é possível dizer se o crime tem ou não ligação com a atividade do profissional. Segundo o amigo da vítima, ele denunciava irregularidades nos programas de rádio e já vinha sofrendo ameaças.

 

“Ele recebia ligações anônimas de pessoas dizendo que se ele gostasse da família e dos filhos para ele parar com denúncias, se não ele morreria. Falavam para não deixar o carro aberto, que iam colocar droga lá dentro para incriminar ele.

 

Ainda segundo o agropecuarista, o radialista já morou em Pontalina, também no sul goiano, mas teve a casa incendiada, no último mês de outubro. Depois do incidente, ele se mudou para Edealina. Já na cidade, a rádio em que ele trabalhava teve o transmissor furtado duas vezes e também foi incendiada há cerca de seis meses.

 

Após a rádio em que Jefferson trabalhava ser incendiada, prefeito de Edealina, Vinícius Arantes de Miranda, gravou um vídeo com a vítima. Na filmagem, os dois discutem.

O prefeito, filmando a porta da rádio, diz: "Independente de quem seja, nós precisamos apurar os fatos que aconteceram aqui". Nisso, o radialista responde: "Vai apurar os problemas da cidade, rapaz. Vai tapar os buracos, vai pagar funcionários do povo".

 

O político disse que, na data da gravação, estava passando pelo local e parou para prestar solidariedade. Ele acrescentou que não teve a intenção de discutir e que foi agredido verbalmente. O prefeito disse ainda que espera que a morte do radialista e o incêndio sejam esclarecidos.

 

Outra gravação, de uma câmera de segurança de uma casa vizinha à vítima, mostra duas pessoas em uma moto saindo do local do crime logo após o radialista ser morto.

Investigação

 

O delegado responsável pelo caso, Queops Barreto, disse que uma força-tarefa está sendo feita para solucionar o caso. "A gente já sabe que foi uma execução. Foram dois criminosos que vieram até a residência e executaram, porque não houve subtração de bem algum. Por estar em um veículo de comunicação, ele possuía vários desafetos na cidade, então a gente não consegue definir ainda quem foi o mandante", explicou.

 

O investigador destacou que não é possível confirmar se o programa de rádio da vítima tem alguma ligação com a morte. “Nós vamos apurar todas as circunstâncias deste crime para poder tomar as diligências necessárias e apontar as motivações, os possíveis autores. O programa dele era polêmico, mas isso não pode ser associado ainda com o assassinato, tudo vai ser esclarecido com as investigações”, afirmou.

 

O corpo do radialista está sendo velado em Pontalina e deve ser enterrado no Cemitério Municipal às 19h. Ele deixa quatro filhos e a esposa, que está grávida.